A influência das sonecas no sono noturno do bebê
Um dos pontos da maternidade que mais desafia os pais, é o sono do bebê. É muito comum ouvir relatos como “meu bebê troca o dia pela noite”, “não consigo dormir mais” e cada uma dessas frases encontra um lugarzinho na mente de futuras mamães ou mesmo de mães recentes. A veracidade de cada uma delas é muito particular em cada família, portanto não é possível afirmar que será assim com todo mundo. O que é possível afirmar, é que o sono do bebê pode ser estudado desde a gravidez, pois há muitas informações que podem ajudar a família a lidar com esse desafio.
Para se ter um sono noturno de qualidade, é necessário prezar por um sono diurno igualmente bom. Por isso, um tópico muito relevante é a janela de sono do bebê. Baseado em muitos estudos, foi comprovado que os bebês em cada idade, têm uma capacidade média de tempo acordados sem que isso lhes cause nenhum prejuízo. Por exemplo, um bebê recém-nascido dorme grande parte do dia e não é esperado que ele fique mais de 40 minutos acordado entre uma soneca e outra. Conforme eles vão crescendo, essa janela de sono vai aumentando, chegando a 4h em média, aos 12 meses de vida. Esse número não é idêntico para todos os bebês, mas é uma ferramenta para ajudar os pais a observarem seus filhos e identificarem qual a janela ideal para eles.
Além da janela de sono, é importante saber identificar os sinais de sono do seu bebê: coçar os olhos, coçar as orelhinhas, bocejos, olhar perdido e sobrancelhas avermelhadas, costumam ser os sinais mais comuns. Juntando a janela de sono e os sinais de sono, é possível identificar o momento de oferecer uma boa soneca ao bebê, evitando que ele fique estressado, pois esse estresse libera o hormônio cortisol no corpo. O cortisol é responsável por criar uma pressão de sono muito grande no bebê e, ao invés dele conseguir descansar com todo esse sono, ele fica exausto demais para dormir e tem um sono de pior qualidade. Ou seja, aquela história de “segurar acordado de dia, para dormir melhor à noite”, na prática, pode funcionar ao contrário.
Outro fator determinante, é o ambiente de sono. Tanto durante o sono noturno, quanto durante as sonecas de dia, é importante oferecer um ambiente propício para que o sono seja tranquilo. Para o sono noturno, é muito importante não haver nenhuma luz no local onde o bebê dormirá, pois a luminosidade afeta negativamente a produção de melatonina – o hormônio do sono. Além disso, quando o bebê tem micro despertares (que nós adultos também temos), é provável que ele acabe vendo essa luz e despertando de verdade, ao invés de voltar a dormir emendando o ciclo de sono.
Já durante o dia, não é necessário que o ambiente esteja completamente escurecido, mas é importante que esteja mais escuro, com temperatura moderada, sem barulhos, pois assim aumenta-se a chance de relaxar durante o sono. Mais uma vez, aquela afirmação que toda mãe já ouviu de “deixa dormir no barulho e na claridade para se acostumar”, também não tem muito fundamento. Quanto melhor e mais reconstrutiva for a soneca, mais bem disposto e mais propenso a dormir melhor este bebê será. E convenhamos que dormir em um ambiente em que não nos sentimos seguros, nos deixa constantemente em alerta. Assim também é com os bebês.
É claro que há diversos fatores que influenciam em boas noites de sono, mas estabelecer uma boa rotina de sonecas durante o dia, pode ser o primeiro passo para chegar às tão sonhadas noites inteiras de sono.