Introdução alimentar: método BLW
Há quem não veja a hora desse momento chegar, há quem não queira nem pensar nessa nova fase, mas o fato é que quando menos se espera, a introdução alimentar do bebê bate na porta. Quando esse momento chega, é fundamental que encontre pais preparados, pacientes e dispostos a conduzir da melhor forma esse passo tão marcante para o bebê. O primeiro passo é a definição do método que a família acha mais conveniente seguir. Hoje, basicamente, há três métodos: o tradicional, o participativo e o BLW. Falaremos um pouco sobre o BLW aqui.
O BLW ou Baby-Led Weaning, é um método em que o bebê guia a introdução alimentar, sendo o seu protagonista, não os pais. Nesse método, espera-se que o bebê tenha uma experiência sensorial dos alimentos, conhecendo suas reais texturas, cores, sabores, cheiros e tudo mais que a curiosidade deles permitir, exercitando a sua autonomia desde o primeiro contato com a comida.
No BLW os alimentos são oferecidos em consistência e tamanho que permitam ao pequeno comer com as próprias mãos. O tamanho depende do alimento, cada um costuma ter um corte específico para facilitar o manuseio e para a segurança da ingestão. Já a consistência, essa não pode ser nem muito dura nem muito mole.
Muitos alimentos podem começar a ser inseridos desde o início da introdução alimentar. Os mais comuns, são:
- Vegetais cozidos, como brócolis, cenoura, abóbora, abobrinha, chuchu, beterraba, couve-flor, entre outros;
- Frutas cortadas em tiras, como manga, melão, ameixa e pera, entre outras;
- Tubérculos cozidos, como inhame, batata, batata doce, cará ou aipim;
- Cereais cozidos, como macarrão ou arroz;
- Proteínas, como peito de frango em tiras grandes, peixe sem espinhas ou ovo cozido cortado ao meio.
Espera-se que com essa abordagem, a criança desenvolva um melhor relacionamento não só com os alimentos em si, mas com a forma de se alimentar, reconhecendo seus sinais de saciedade e suas preferências.
Como todos os métodos, sempre há os prós e contras. No método BLW, os pais são mediadores dessa alimentação, pois colocam os alimentos à disposição do bebê e é ele que determina o ritmo e a condução: ele vai brincar, cheirar, passar no corpo, amassar e muitas vezes nem vai levar a boca. Então é necessário que os pais não criem expectativas altas, pois cada bebê reagirá aos alimentos de uma forma e em seu próprio tempo. Além disso, a sujeira é garantida!
Esse método é muito conhecido por diminuir as chances de uma seletividade alimentar, pois aqui o bebê conhece a “verdadeira” forma, sabor, textura e cheiro dos alimentos, diferentemente de quando são consumidos batidos ou em conjunto a outros, que dificultam o seu reconhecimento conforme eles vão crescendo.
Outro ponto que costuma assustar um pouco, é que esse método oferece mais risco de engasgo, por conta dos pedaços maiores e da inexperiência do bebê. Porém entender o tamanho dos alimentos, quais precisa morder e quais precisa mastigar mais, também faz parte do processo e é um dos grandes ganhos com essa abordagem, pois o bebê vai adquirindo esse repertório e diminuindo cada vez mais esse risco. E claro, oferecendo os cortes e consistências corretos, esse risco é muito minimizado. Como em qualquer método, o cuidador deve sempre estar por perto e observar o bebê enquanto come.
Independente da forma que decidirem apresentar os alimentos ao seu bebê, lembrem-se que é tudo novo para ele. Busquem orientação do pediatra ou de um nutricionista infantil, entenda os melhores alimentos para oferecer, evite alimentos industrializados e priorize fazer refeições junto com ele, para facilitar sua compreensão do que é se alimentar. É uma jornada que exige dedicação, mas que é muito recompensadora!