A Chegada do Segundo Filho

A Chegada do Segundo Filho

Há quem espere alguns anos até o primeiro filho crescer, há quem prefira tê-los com idades próximas e há ainda quem nem o planejou, mas o fato é que em todos os casos, a chegada do segundo filho sempre traz alegrias e mudanças para a família. Sejam mudanças estruturais do ambiente, mudanças na dinâmica familiar e principalmente, no comportamento do filho mais velho – todas elas precisam ser levadas em consideração e receber a atenção merecida. 

A reação do primogênito é a parte que mais preocupa, pois é impossível saber como ele irá reagir quando o irmãozinho chegar. É muito comum que haja ciúme dos pais, das visitas que virão para vê-lo, da atenção que ele receberá (pois sabemos que um recém-nascido demanda muito trabalho) e até mesmo do espaço que ele ocupará na casa. Isso o levará a ter comportamentos que o façam “ter essa atenção de volta”, como imitar o irmão mais novo, chorar mais, ser mais dependente, mostrar mais descontentamento com as atividades e até mesmo tratar os pais com mais indiferença. 

É fundamental que os pais compreendam essa fase do irmão mais velho e tentem incluí-lo o máximo possível nas tarefas com o bebê, para que ele se sinta parte dessa nova rotina e não alguém deixado de lado. Claro que a função de um irmão jamais é a de cuidar de outra criança, mas dê espaço para que ele ajude a mamãe pegando uma toalha, cantando para o irmão, o cobrindo ao dormir… são pequenas coisas que o farão se sentir acolhido. Pode haver também o caso inverso, em que o primogênito não tem interesse no irmão mais novo, se retrai e se torna mais introspectivo. Caberá aos pais identificarem esses sinais e, se necessário, buscar ajuda profissional para acompanhar essa transição de filho único para filho mais velho.

Tentar fazer a vida do mais velho o mais “normal” possível, é um caminho para que a transição seja mais suave. Não atrelar mudanças bruscas à sua rotina com a chegada do bebê, como entrada na escola, fim de atividades que ele praticava como esportes, balé e música ou a mudança de horários de dormir e acordar. Programem-se para ir adequando essas alterações ainda durante os nove meses de gestação, de forma que quando o bebê chegar, ele já esteja habituado a elas e não sinta como uma “punição” pela chegada do irmão. Mantenham também alguns momentos exclusivos com ele, seja a lição de casa, um banho ou o ritual para dormir.

O mais importante é que os pais confiem em seu instinto e no bom relacionamento com o filho mais velho, independente de sua idade. Os laços que já foram construídos farão com que as coisas fluam melhor e com o tempo entrem no mesmo ritmo. Assim como os pais estão aprendendo a como cuidar de dois filhos, o irmão mais velho também está aprendendo este papel. Essa fase inicial mais complicada de adaptação passará e com sorte, haverá uma casa mais cheia, mais barulhenta e mais feliz a caminho.

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